segunda-feira, dezembro 21, 2009

De volta ao que é importante

Para quem não sabe, voltei.

Bom, agora que já discutimos tudo o que tínhamos a discutir acerca deste assunto, vou falar-vos do que me incomoda acerca do mundo veterinário de hoje em dia: o Benfica.

Desde que o Glorioso tem a nova Catedral, já vi 3 jogos do Benfica x Porto, e todos acabaram com o mesmo resultado: 1 - 1.
Nesses 3 jogos o FCP marcou primeiro, e eu tive de sofrer a bom sofrer até que o Benfas empatasse o jogo.

Já fui muitas vezes ao maior estádio de Portugal, e sempre que lá vou nunca vejo o SLB perder… o que me leva a crer que a direcção do clube deveria, logicamente, começar a pagar-me para ir aos jogos.

No entanto, nunca tive tão pouca fé num resultado positivo do Benfica contra o FCP. Com Aimar, Di Maria, Vassouras (Fábio Coentrão), Ruben Amorim e Ramires de fora, e o David Luiz de baixa com gripe, pensava eu que o Glorioso iria entrar em campo com jogadores do gabarito do Balboa e Jorge Ribeiro. Além disso, nunca tive muita fé no Jorge Jesus nos jogos "grandes".



Valeu a pena gastar 20 aérios!!



O ambiente no estádio era do mais acolhedor possível, com chuva intensa (ver nota no fim do post), um frio de rachar e muito nevoeiro (vulgo, "very lights"). Cantou-se cerca de várias vezes o "Cheira bem, cheira a Lisboa", e ensaiaram-se gritos de ordem onde o Pinto da Costa era mandado para o Cartaxo (pelo menos foi assim que entendi... ó Pinto da Costa, vai pró Cartaxo!). Lá de cima do 3º anel não deu para perceber quem eram os artistas do Benfica que estavam a aquecer antes do jogo, mas o meu olho de falcão reparou imediatamente (sabe-se lá porquê) que o Ramires afinal sempre ia jogar de início. Mas quem era o artista de cabelo apintelhado? U-quem?

Conformado com as novas vedetas do Benfica (Urreta, que não jogava há 7 meses, e ainda Carlos Martins), pus as mãos à cabeça e disse cá para os meus botões "Seja o que Deus quiser".

E quem diria que iam jogar como jogaram? O puto parecia ligado à corrente, e o Carlos Martins a dar classe ao meio campo benfiquista.

De repente, uma sensação que nunca tinha vivido: ver, no maior estádio de Portugal, o Benfica a inaugurar o marcador contra o FCP. Claro está que, aos 25 minutos de jogo, já estava sem voz. E incrivelmente sem frio.




Depois o jogo prosseguiu, com os aplausos ao sempre grande David Luiz, os urros ao Hulk (esperemos que o Dunga o ponha a jogar na África do Sul), o medo pelo Ramires, os assobios ao Cebola, as palmas sempre que o solitário Cardozo ganhava bolas de cabeça no ataque, os cumprimentos à mãe do Helton sempre que este batia um pontapé de baliza, o "vai vai" para o Weldon quando este ligava o turbo, o terror quando o Luis Felipe tocava na bola, e as variadíssimas palavras caras proferidas ao juíz da partida, que conseguiu não ver o que 64.000 adeptos viram no estádio.

O jogo terminou, e pela primeira vez senti o requintado gosto da vitória do Glorioso contra o FCP, temperado com um suave silêncio da claque e adeptos portistas, coisa que jamais tinha presenciado.

Para a história fica uma noite de glória, muito molhada e com muito frio, onde o Benfica mostrou uma garra que não via há muitos anos. AH!, e continuo sem ver o Benfica perder no estádio (LFV, cadê o meu cachet??)

Nota a reter para os próximos "Clássicos": os seguranças do estádio acharam por bem impedir a entrada de todos os chapéus de chuva, mesmo os que tinham 20-30 cm e ponta arredondada. E o controlo de segurança ficou-se por aqui. Facas, pistolas, petardos e "very lights" era na boa, guarda-chuvas é que já é abusar! Por isso, enquanto a chuva caía abundantemente, era ver os adeptos a taparem-se com facas de cozinha, caçadeiras de cano serrado e conjuntos de 6 + 2 granadas de bolso (promoção de Natal). Ridículo!