mas porquê?

Amiguinhos, após uns tempos de ausência do blog resolvi hoje compartilhar duas histórias convosco, ambas sobre o mesmo assunto.
A primeira situação ocorreu, vai agora para um mês, quando eu e um certo amigo meu, que para manter o seu anonimato vamos supôr que se chamava, sei lá, Carlos Rebelo, nos deslocámos à extraordinária semana académica de Lisboa no parque da bela vista. Após uns quantos copitos da loira de cevada, consumidos na barraquinha de veterinária, a nossa bexiga começou a queixar-se (e já se sabe, quando mija um português, mijam logo dois ou três). Ambos, extraordinariamente civilizados, começámos a procurar no horizonte daquelas casas de banho azuis reconhecidas imediatamente como "as casas de banho dos homens das obras". Após termos avistado estas instalações sanitárias de luxo com que os "estudantes" são sempre presenteados nestas ocasiões dirigimo-nos para lá. Enquanto esperávamos civilizadamente (lá está) na fila, um dos seguranças dirigiu-se para nós e disse, com extraordinária sabedoria: "é para mijar? Então vão ali" e apontou para uma das inúmeras zonas de mato existentes no recinto. Nós, como jovens cumpridores dos desígnios da autoridade, cumprimos a indicação e lá fomos fazer algo que ninguém podia fazer por nós. No mictório a céu aberto encontrámos um indivíduo de sexo masculino atrás de cada arbusto existente, também a aliviar a bexiga (viemos a saber mais tarde que nem só indivíduos de sexo masculino aliviaram ali as suas necessidades, mas isso já são contas de outro rosário).
A segunda história que gostava de partilhar passou-se na cidade invicta, à porta de um centro comercial cujo nome começa por "d" acaba em "a" e tem "olce vit" pelo meio, situado nas proximidades do estádio do "dragouem". Aí enquanto eu esperava pacientemente pelo STCP, passaram duas senhoras, uma de meia idade, e outra à volta dos 25/30 anos de idade. Juntamente com elas, segui pela mão um petiz de não mais do que 4 anos, que era definitivamente neto de uma delas, e filho da outra. Parece um quadro ternurento não parece? Pois... Até ao momento em que a "senhora" de mais idade resolve gritar para o pequeno "Tás com vontade de mijar?Tás?". E acto contínuo, ambas baixam as calcitas do gaiato escontam-no à parede do centro comercial e começam a gritar "Vá!!! Mija cabr**!!! Então, já te passou a vontade meu filho da p***?". O pequeno rapazito provavelmente incomodado pelas pessoas que abismadas com a cena tinham parado na praça pública não conseguiu satisfazer as suas necessidades (volto a frizar que eu estava à porta do centro comercial, e portanto a menos de 5 minutos de um wc onde as senhoras podiam pôr o puto a mijar, chamando-lhe todos os nomes que quisessem)...
Servem estas duas histórias para ilucidar um ponto. Desde pequenos e já em adultos nós somos incentivados (nós não queremos, mas tem de ser) a tornar os nossos hábitos de micção em actos sociais, que podem ser recreativos e cumpridos em qualquer lugar... Porque é que as raparigas continuam a ficar chocadas quando sabem que a maior parte dos rapazes "mija" para o ralo da banheira do duche, ou que nos sentimos compelidos a fazer pontaria para aquele resto de "feze" que resta na parede da latrina???


PS:após nos terem premiado com a campanha "magnum 7 pecados mortais" este ano somos bombardeados com a campanha "magnum 5 sentidos". A minha pergunta é: para quando a campanha "magnum 10 mandamentos"? Podem contar comigo ( e com a minha barriguinha) para comprar uma caixa de 6 "magnum's não cobiçarás a mulher do próximo"