O dia seguinte

Comecemos pelo mais importante: Portugal enrabou a Holanda a sangue frio, e foi bom (e por "enrabar" entenda-se "apanhá-los por trás, baixar-lhes os calções, e bardafar-lhes a regueifa enquanto o Maniche lhes marca um golinho").

Ganhar é agradável, mas derrotar é bem melhor, e é esse o sentimento que por aqui se vive: o sentimento de derrota!

Os holandeses são chauvinistas q.b., e não se coíbem de andar vestidos com as cores do país, mesmo quando não há competições desportivas em perspectiva. Foi o que aconteceu em Abril, no dia da rainha, e em Junho, no dia em que festejam a expulsão dos alemães na 2ª Guerra Mundial. Portanto, não foi surpresa o que aconteceu quando o Mundial começou: bandeiras hasteadas, carros e bicicletas adornados, caras e cabelos pintados (mesmo em dias em que a Holanda não jogava), bairros inteiros vestidos de laranja! E depois dos oitavos de final?

1° - a choradeira: Portugal não merecia ganhar, fomos roubados, a culpa é da ministra que não deixou o Kalou naturalizar-se, etc etc.
2° - a consciencialização do facto: é a 2ª vez que Portugal nos elimina, no final ganharam os jogadores com mais experiência, o Van Basten podia ter escolhido outra equipa, etc etc.
3° - a chacota do português: era bom mas acabou-se, heróis do mar nobre povo nação valente e tal e tal, na minha terra "Maniche" significa "enrabador de holandeses", etc etc.

Agora é vê-los retirar tudo o que é bandeira, e tudo o que é laranja das ruas. As lojas fazem super-promoções a todos os artigos relacionados com o Mundial e com a Selecção Holandesa, e os super-mercados deixaram de expor tanta cerveja como dantes. E nos sítios onde estagio?

Ontem houve um gajo que tentou fazer-me uma "chave" no pescoço (tipo wrestling), mas «amigavelmente», e quando tive que me deslocar a meio da tarde ao maior PIF de Roterdão, parecia que me estavam a fazer uma espera: 5 gajos (que cedo se transformaram em 12) aproveitaram o facto de ali estar e desbarataram durante cerca de 15 minutos acerca do jogo. Sem interrupções. Parecia que estavam combinados. E no final, quando finalmente houve uma pausa na desbobinação (foram mesmo 15 minutos de contínuos monólogos!!), eu disse: "Pois, é verdade, mas o que importa é que no final a melhor equipa ganhou". Felizmente coincidiu com a altura em que tive de me ir embora, porque o olhar na cara deles indicava que vinha aí uma resposta, de natureza imprevisível...

Enfim, queria acabar o post com uma triste realidade constatada há uns dias atrás:

• quando Portugal ganha, ganham os portugueses
  
• quando a Suécia ganha, ganha toda a gente!!
  

FORÇA SUÉCIA!!!

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