Crónica de veterinário de campo...
Fui pai! Para desfazer rumores não teve nada a ver com o facto da minha namorada ter vindo cá passar este fim de semana.
Tem cerca de 4 kilos e é cabeludo. Vinha de rabo e estava um pouco relutante em sair. Tive de dar uma mãozinha (mais precisamente duas) e a criança lá se dignou a sair. As suas primeiras palavras foram: méééé. Sou um pai babado. Nada de confusões com bêbado, apesar de hoje já ter marchado mais um medronhozito. Quer um doutor? À sabe estou bem obrigado. Já vi que o doutor é macio. Eu vou buscar!
Como é que aqui o macio lhe podia explicar que o almoço comido em 15 minutos seguido de uma meia hora de condução feita pela Caravana (pior que a travessia de barco para as berlengas!), me tinha deixado um pouco indisposto!
A semana é sempre diferente, ora rotina a tirar sangue e a preencher papelada, ora a alegria de se estar a salvar um bicho, ora a frustração de se ter de abater outro por não se poder fazer mais nada por ele, ora a oportunidade de se ser psicólogo por alguns minutos e ouvir as histórias de vida complicadas das pessoas. É sempre diferente. Mas nada como ir tirar um tronco cerebral a uma vaca que morreu há três dias e que já está rija e inchada como tudo.Isto claro num pantanal imenso em que as galochas se afundam até ao tornozelo. No fim pergunto e água para lavar as mãos e as botas? Á isso tem de descer ali e ir até à barragem. Porreiro...
É chegar a casa e tomar o segundo banho do dia e depois tentar arranjar forças para fazer mais qualquer coisa.
Uma vantagem inquestionável da vida de veterinário de campo em relação ao funcionário público é aquilo que por vezes temos a sorte de admirar no caminho. Só digo que a vista da serra de Monchique é um espectáculo...
3 Comments:
Muito lindo!Que pai babado!...
Para quem (ainda) só vê a luz do dia ao Sábado e Domingo, comecas a fazer inveja... Já para näo falar nas boas cores que transportavas em Dezembro! Mas ainda bem que estás a gostar de estar aí. Cuida-me da Rita Catita também, pelo menos nos vossos jantares esporádicos.
Beijinhos
Adorei o modo apaixonado com que descreves o teu dia-a-dia por essas terras algarvias! Desconfio que o estágio profissional "temporário" começa a ter probabilidade de tornar-se num emprego bem sucedido. E para quando as saborosas laranjas e clementinas algarvias? Cuida bem de ti, beiji gde para o meu mano +
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